Uma breve viagem à terapia EMDR

O EMDR é considerado uma terapia de 4.ª geração, focada nos processos neuropsicofisiológicos do cliente, promovendo uma melhoria rápida e duradoura dos sintomas. EMDR significa Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento Ocular, sendo uma terapia destinada a processar eventos de vida difíceis ou traumáticos, através do movimento dos olhos. Este método recria o que ocorre naturalmente durante os sonhos ou o sono na fase REM (Rapid Eye Movement), podendo ser encarado como uma terapia de base fisiológica, que ajuda a pessoa a enfrentar e processar os traumas de forma nova, sem os efeitos perturbadores que esses eventos inicialmente
causaram.

O EMDR é normalmente utilizado em situações como: depressão, luto e perdas; traumas leves e complexos; ansiedade e fobias; comportamentos obsessivos e compulsivos; uso de substâncias; perturbações alimentares; disfunções sexuais; perturbações psicossomáticas e dores crónicas; coaching para o aumento do desempenho pessoal e profissional e melhoria da performance desportiva. Esta terapia é aplicável desde bebés, através dos seus reguladores emocionais (pais ou figuras de suporte), até crianças, adolescentes e adultos. 

Um dado interessante revelado pela associação EMDR Europa é que, na maioria dos casos, salvo raras exceções, as melhorias são alcançadas em 3 a 4 sessões de EMDR. Durante o processo, o cérebro da pessoa permite uma nova perspetiva do problema após o reprocessamento. Por exemplo, em vez de pensar “Sou um falhado!”, a pessoa passa a acreditar “Fiz o melhor que pude!”.

O EMDR já conta com vasta evidência científica, estimando-se que tenha ajudado meio milhão de pessoas, de todas as idades, a libertar-se de diferentes tipos de traumas psicológicos. Esta terapia é recomendada por várias entidades, como a OMS (Organização Mundial de Saúde), a APA (American Psychiatric Association) e, em Portugal, pela OPP (Ordem dos Psicólogos Portugueses). Como dizia Francine Shapiro, a criadora da terapia EMDR, “The past is present” – o passado está presente –, ou seja, se não processarmos adequadamente o passado, continuamos a vivê-lo no presente.

Em suma, esta terapia permite deixar no passado o que lhe pertence e viver o presente de forma mais plena.

Psicóloga clínica de formação, apaixonada pelo desenvolvimento humano em todas as suas fases.

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