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Desfralde com respeito pela fisiologia da criança
As crianças não retiram a fralda, elas largam a fralda , como nos explica o pediatra Dr. Carlos González.
O processo de desfralde vai muito além de simplesmente remover a fralda de uma criança. Trata-se de um marco importante no desenvolvimento neuropsicofisiológico, no qual várias áreas do seu ser amadurecem emocional, motora, cognitiva e neurológica. Não é apenas um ato físico, mas sim um reflexo do seu crescimento e desenvolvimento enquanto indivíduo.
Sendo um processo de maturação, é fundamental compreender que não podemos simplesmente retirar a fralda e esperar que a criança tenha de imediato o controlo necessário. Não é assim que funciona. O desfralde é uma experiência única e individual para cada criança, e cada uma tem o seu próprio ritmo e momento, tal como acontece com o andar, o gatinhar e o nascimento dos dentes não forçamos essas etapas.
A criança é a principal protagonista neste processo. Devemos guiar este momento de forma respeitosa, assegurando que está emocional e fisicamente preparada, o que é essencial para que o desfralde ocorra de forma natural, tranquila e adaptativa.
O papel dos pais no desfralde
- Correr, subir degraus alternando os pés, realizar movimentos de pinça mais precisos
- Seguir algumas instruções simples e conseguir interromper uma tarefa para fazer outra
- Passar períodos mais longos com a fralda seca e/ou mantê-la seca durante as sestas
- Avisar que fez xixi ou cocó (primeira fase), depois avisar que está a fazer (segunda fase), e, por fim, avisar que vai fazer (terceira fase).
Mas os sinais são apenas isso, sinais! Na verdade, o verdadeiro indicador é a intenção da criança em largar a fralda.
Estes são indícios de que a criança está a desenvolver a capacidade de contenção, um passo importante no desfralde. O papel dos pais é guiar o processo, respeitando a individualidade e o ritmo da criança, e tendo também em consideração o seu temperamento. Nem todas as crianças amadurecem ao mesmo tempo, sendo crucial dar espaço para que cada uma desenvolva esta competência ao seu próprio ritmo.
Apesar de ser um processo natural, o desfralde nem sempre é simples. Um dos principais desafios enfrentados por muitas famílias é a pressão social e escolar para que o desfralde ocorra num momento específico. Muitos pais sentem a necessidade de apressar este processo, seja devido a comparações com outras crianças ou às exigências da escola ou de outros cuidadores.
Contudo, o desfralde costuma ocorrer tipicamente entre os 18 meses e os 4 anos no caso do cocó, e entre os 18 meses e os 5 anos no caso do xixi. Estes são considerados tempos normativos, e é perfeitamente aceitável que uma criança só esteja pronta dentro destas faixas etárias. Se ultrapassarmos estes limites, pode haver a necessidade de avaliar a presença de alguma disfunção, seja ela neurológica, emocional ou física, e assim abordar o caso de forma apropriada com uma equipa multidisciplinar especializada no tema.
É importante lembrar: não existe nenhuma lei escolar que impeça uma criança de usar fralda. Pelo contrário, os novos despachos indicam que, caso a criança necessite, devem ser providenciados os meios adequados para a sua troca.
O desfralde deve ser natural e respeitoso
O processo de desfralde deve acontecer de forma natural, sem punições, sem reforços, sem treinos e sem recompensas.
O respeito pela maturação de todos os sistemas da criança e pela sua individualidade é fundamental para que o processo ocorra de forma harmoniosa e sem traumas.
Na consulta de desfralde, o objetivo é esclarecer os pais sobre o que é considerado um desfralde normativo e qual o papel deles neste processo. Ajudamos a preparar os pais para que possam apoiar as crianças no momento certo, sempre com respeito e paciência, entendendo que cada criança tem o seu tempo e as suas necessidades.
Se o trauma já se instalou, estamos aqui para o reprocessar e seguir em frente com uma nova abordagem, em que o corpo é escutado e guiado para aquilo que naturalmente está pronto para fazer.
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